Dia dos trabalhadores

From NOTMOC - Noticias de Mocambique No 46,
6 de Maio de 1995, Maputo

As celebracoes do Primeiro de Maio de 1995 tiveram lugar em Maputo com uma cerimonia central na Praca dos Trabalhadores. Cerca de 3000 pessoas participaram no desfile que acabou na concentracao na Praca. Seguiu-se depois a leitura das mensagens da APOSEMO, da ONJ, dos Sindicatos Livres e da OTM.

A tonica comum das mensagens oficiais lidas pelos representantes das diversas organizacoes, e das que vinham contidas nos placards que os diversos grupos empunhavam no desfile, era:

  1. a necessidade de salarios condignos;
  2. a reducao do custo de vida,
  3. a estabilizacao dos precos.

O representante da APOSEMO, lendo uma mensagem em nome da sua organizacao e da ONJ, convidou os detentores do poder a nao se esquecerem do pais real. O papel dos aposentados como a ponte entre o passado e o futuro foi salientado, referindo-se aos prejuizos causados ao pais pela ignorancia do saber deste grupo de trabalhadores.

Os Sindicatos Livres e a OTM sublinharam as dificuldades criadas pelas politicas salariais e pelo ambiente do "salve-se quem puder".

O Primeiro Ministro, Pascoal Mocumbi, fez uso da palavra e referiu-se aa necessidade de se cumprir com o programa de governo. Numa mensagem divulgada no dia anterior, o Presidente da Republica salientava a necessidade de se cumprir o programa do governo e da FRELIMO, referindo-se aos instrumentos importantes para a sua concretizacao - o OGE e o Plano - que estao em discussao na Assembleia da Republica.

Deputados da AP, dirigentes dos partidos da oposicao e convidados estiveram presentes aa cerimonia. Em declaracoes prestadas a TVM , o Dr. Domingos Arouca e o Dr. Maximo Dias da MONAMO salientaram a necessidade de se encontrar uma solucao para o alto custo de vida. Para Arouca a solucao nao era tanto o incremento salarial mas a tomada de medidas sociais - passes barartos para o transporte, precos mais baixos para os gastos de saude e outros. Para Maximo Dias era necessario encontrar solucoes urgentes e que estas passavam pela consolidacao da democracia e pela revisao salarial.

Para quem estava presente como observador na praca, este Primeiro de Maio parecia e era diferente. Nao havia uma presenca massiva de trabalhadores. As estruturas maximas nao estavam vestidas como era de praxe - o PM estava em mangas de camisa e o Presidente sem gravata. Parecia mais festa. Os pedidos de autorizacao para falar e o tom formal dos discursos da OTM e dos outros sindicatos traziam ecos antigos. Os deputados e outros politicos trajados a rigor tambem traziam a recordacao de um certo formalismo. (Yussuf Adam e Not.2/05)


Este numero de NOTMOC - Noticias de Mocambique foi feito por: Wim Neeleman (wim@stevin.uem.mz) - redaccao principal Yussuf Adam (yussuf@adam.uem.mz) - colaboracao Wenke Adam (wenke@adam.uem.mz) - redaccao, edicao e despacho Mario de Almeida (almeida@malmeida.uem.mz) - desporto


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